De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer é a primeira causa de morte pordoença em crianças e adolescentes de 1 a 19 anos aqui no Brasil. Este número representa de 1 a 3% de todos oscasos de câncer diagnosticados e tem, em média, mais de 8 mil novos casos por ano.
O mês de setembro vem com uma campanha para alertar sobre a importância prevenção da doença. Consultas de rotina podem ajudar a detectar o câncer infantil. O Setembro Dourado foi criado com o objetivo de alertar profissionais da saúde, pais, educadores e sociedade em geral sobre a importância de se atentar aos sinais e sintomas sugestivos do câncer infantojuvenil, contribuindo com a sua detecção e tratamento precoces.
A médica explica que o câncer infantojuvenil é considerado uma patologia rara que apresenta características distintas. “Sua causa por ter alguma relação com alterações embonarias e/ou alterações genéticas como determinadas síndromes, quanto mais cedo for diagnostica, maiores são as chances de cura”, alerta a especialista.
De acordo com a oncologista e pediatra Lucélia Melgares, da Oncoclínicas Brasília, os tipos de cânceres mais frequentes na infância são: leucemia, tumor cerebral e os tumores abdominais. “No caso de leucemia os sintomas mais comuns são: febre por mais de 7 dias sem causa aparente, dor de cabeça, persistente e progressiva, predominante a noite que acorda a criança ou logo ao acordar podendo ser progressivas no último mês, sangramentos inexplicados, pela narina, sangramento gengival, surgimento de manchas roxas em qualquer parte do corpo sem antecedentes de trauma, palidez palmar ou conjuntival grave”, afirma a médica. Dra. Lucélia explica que é preciso distinguir os tipos da doença. “Já no caso de suspeita de tumor cerebral, os pais devem ficar de olho nos seguintes: dor de cabeça, persistente e progressiva, predominante à noite ou logo ao acordar podendo ser acompanhado de vômito, estrabismo com aparecimento súbito, proptose (olho estufado), alteração na visão, desequilíbrio ou alteração ao andar”, esclarece a oncologista da Oncoclínicas.
A médica explica que sintomas como: perda de peso ou de apetite, massa no corpo sem sinais de inflamação, massa palpável no
abdômen, hepatomegalia e esplenomegalia (aumento do tamanho do fígado e do baço) podem ser um indício de tumor abdominal. “Além desse sintomas, um sinal importante é a apatia, caso a criança perca a vontade de brincar ou diminua o ritmo das atividades de entretenimento já é preciso ligar o alerta”, ressalta a especialista.
A recomendação é que, diante de qualquer um dos sintomas, seja feita uma avaliação criteriosa da criança, com exame físico detalhado, bem como exames laboratoriais e de imagem e análise do histórico familiar. O importante é considerar a possibilidade de uma neoplasia, investigar as causas e aplicar a conduta correta. “Vale ressaltar que o diagnóstico precoce da doença aumenta as chances de cura em até 70%. Além disso, quando diagnosticada em fase inicial, é possível um tratamento menos agressivo, preservando a qualidade de vida dos pacientes”, orienta a oncologista da Oncoclínicas Brasília.
O tratamento do câncer infantojuvenil pode ser feito através de quimioterapia e Transplante de medula óssea para as leucemias por cirurgia, quimioterapia e radioterapia associada ou isolada nos casos de tumores sólidos.
O sucesso está relacionado ao estágio em que a doença começa a ser tratada, sendo mais alcançado quando diagnosticada precocemente. É importante lembrar que o tratamento deve ser feito em um centro especializado, com estrutura física e profissional especificamente voltada para o atendimento infantojuvenil.