Profissionais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) publicaram um comunicado nesta quarta-feira (17) em que repudiam, segundo o documento, uma “sequência recente de vazamento de informações sigilosas” da Polícia Federal (PF). O grupo também pede que a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso faça uma análise desses vazamentos.
Na carta, também afirmam que vão entrar com uma representação junto ao Ministério Público para “que sejam apurados, de forma rigorosa e independente, os vazamentos ocorridos e a conduta de ampliação indevida do escopo investigativo para temas fora da competência legal da PF”.
“Tais vazamentos, além de afrontarem a legislação vigente sobre o tratamento de dados sensíveis, têm causado prejuízos concretos às relações internacionais do Brasil e comprometido questões de Estado que, por sua natureza, possuem grau de sigilo próprio”, diz o comunicado da União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis).
O grupo afirma que o vazamento de “informações imprecisas” provocou um incidente diplomático. No final de março um funcionário da Abin afirmou em depoimento à PF que a atual gestão do órgão teria mantido operações de invasão hacker a sistemas do governo do Paraguai e de autoridades envolvidas nas negociações da usina de Itaipu. As informações foram publicadas pelo portal “UOL”. A TV Globo teve acesso a trechos do depoimento.