Estudo do Sylvester Comprehensive Cancer Center da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, mostra resultados positivos para quem sofre desse tipo de câncer por meio de nova combinação de terapias
Pesquisadores do Sylvester Comprehensive Cancer Center da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, anunciaram, resultados promissores de um ensaio clínico para pessoas com linfoma folicular de alto risco — câncer com progressão lenta, sem cura. A nova combinação de terapias de anticorpos, com loncastuximab e rituximab, demonstrou uma taxa de resposta surpreendentemente alta, com 85% dos pacientes alcançando uma resposta completa.
Os dados iniciais, apresentados na 65ª Reunião Anual da Sociedade Americana de Hematologia, na Califórnia, indicam que a terapia poderia ser uma alternativa eficaz para pacientes com linfoma folicular agressivo.
O trabalho focou em pacientes de alto risco, especialmente aqueles com progressão da doença nos primeiros 24 meses após o tratamento inicial. A análise inicial, que incluiu 27 pessoas, revelou que 96% dos voluntários de alto risco tiveram alguma resposta ao tratamento e 85% tiveram uma resposta completa, o que significa que o câncer já não podia ser detectado por imagens.
“É uma população de alto risco e estamos tentando melhorar os resultados para esses pacientes”, disse em comunicado Juan Pablo Alderuccio, professor do centro e primeiro autor do estudo.
Nova escala
O retorno positivo foi alcançado mais rapidamente do que o esperado, levando os pesquisadores a considerar a aplicação do tratamento em uma escala maior. O loncastuximabe, um novo conjugado anticorpo-droga, revelou potencial para proporcionar respostas duradouras em combinação com o rituximabe, uma terapia padrão para linfoma folicular.
Se os efeitos persistirem, a terapia poderá ser uma opção viável para todos os pacientes, oferecendo uma abordagem promissora. A equipe planeja expandir o ensaio para incluir 100 pessoas em vários locais. “Se conseguirmos observar os mesmos bons resultados neste grupo maior, esperamos que este tratamento esteja disponível para todos os pacientes no futuro”, finalizou Alderuccio.
Luiz Henrique Athaides Ramos, hematologista da Oncoclínicas DF, que acompanha o congresso, narra que atualmente o tratamento envolve a associação de um anticorpo, o rituximabe, com agentes quimioterápicos, no entanto, há prejuízos para os pacientes.
“Os principais efeitos colaterais dessa abordagem são náuseas, alteração da imunidade, anemia, plaquetas baixas, além de queda de cabelos e mal-fadiga. Apesar de ser considerado relativamente efetivo, o comportamento do linfoma folicular o confere status de doença incurável, sendo o objetivo da terapêutica o controle e a remissão”, afirmou Ramos.
Fonte: Correio Braziliense