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Correio Braziliense: Ensaio clínico mostra combinação promissora no combate ao câncer de mama

Estudo publicado na revista JAMA Oncology destaca a eficácia da associação do atezolizumabe, espécie de imunoterapia e a carboplatina, um tipo de quimioterapia

Os resultados de um ensaio clínico liderado por pesquisadores do Centro Médico da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, publicado, recentemente, na revista JAMA Oncology, destacam a eficácia da associação do atezolizumabe, uma imunoterapia, com a carboplatina, uma quimioterapia. A combinação de tratamentos  é apontada como uma promissora opção para pacientes com câncer de mama metastático.

O atezolizumabe foi, inicialmente, aprovado para câncer de mama em 2019, mas sua indicação foi voluntariamente retirada pelo fabricante dois anos depois de dados adicionais não confirmarem sua eficácia. No entanto, o novo estudo demonstra que, quando combinado com carboplatina, o medicamento resultou em um benefício clinicamente significativo.

A pesquisa envolveu 106 pacientes de diversos grupos étnicos e revelou boa eficácia. Os resultados mostraram que a combinação atezolizumabe-carboplatina aumentou a sobrevida livre de progressão de 2,2 meses para 4,1 meses, enquanto a sobrevida global subiu de 8,6 meses para 12,6 meses, em comparação com o grupo que recebeu apenas carboplatina.

Os pesquisadores observaram que o atezolizumabe mostrou eficácia mesmo em tumores mais específicos. Além disso, identificaram que pacientes com índices de massa corporal mais elevados e glicose não controlada tiveram benefícios adicionais, indicando possíveis correlações entre obesidade, diabetes e resposta à imunoterapia.

Observação

A pesquisa multidisciplinar também refinou os subtipos de câncer de mama triplo-negativos, salientando a importância dos linfócitos —um tipo de glóbulo branco que constitui uma parte essencial do sistema imunológico— na predição de uma melhor sobrevivência livre de recidiva. Os resultados promissores sugerem que a combinação atezolizumabe-carboplatina é uma abordagem terapêutica eficaz. No entanto, são necessárias mais pesquisas para validar essas descobertas e compreender completamente os efeitos da glicose e da obesidade na resposta à imunoterapia.

Segundo Brian Lehmann, professor associado de pesquisa em medicina e principal relator do estudo, o trabalho mostra, que, assim como ensaios clínicos anteriores sobre melanoma e cânceres renais e pulmonares, tumores com elevada carga de mutação e presença de células imunitárias têm maior benefício da imunoterapia. “Isso faz sentido porque cada mutação tem o potencial de ser reconhecida como não-própria pelo sistema imunitário, aumentando a probabilidade de as células já posicionadas em torno do tumor reconhecerem e atacarem o câncer”, detalhou a equipe, em comunicado.

Conforme os autores, a tolerabilidade geral da terapia combinada foi observada no ensaio clínico, com efeitos colaterais consistentes com relatos anteriores de atezolizumabe. O estudo enfatiza a importância da colaboração entre pacientes e profissionais de saúde para avançar no entendimento e tratamento do câncer de mama.

João Nunes, oncologista da Oncoclínicas Brasília, detalha que a célula tumoral pode desenvolver a capacidade de se esquivar do sistema imunológico usando algumas estratégias moleculares. “O atezolizumabe bloqueia a interação de uma proteína que se chama PD-L1, utilizada pelo câncer para se ocultar do nosso sistema imune. Com isso, a célula passar a ser identificada e destruída pelo nosso corpo. Essa tática é muito interessante, pois usa o próprio sistema de defesa contra o tumor.”

Para o especialista, se comprovada, a nova abordagem será de grande ajuda na prática clínica. “15% dos tumores de mama são geralmente do tipo triplo negativo, que é mais agressivo e que foi a população alvo do estudo. Esse câncer passou muitos anos sendo tratado apenas com quimioterapia convencional. O desenvolvimento de imunoterapia nesse contexto tem a possibilidade de começar a mudar o jogo em favor das pacientes, com uma abordagem menos tóxica e mais eficiente, utilizando conceitos novos alinhados com o tratamento anterior.”

 

Fonte: Correio Braziliense

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