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Metrópoles: Fumante passiva, idosa descobre câncer de pulmão após sofrer queda

Pouco mais de um ano depois da morte de seu marido, vítima de câncer de pulmão, a aposentada Cecília Monteiro, 85 anos, descobriu por acaso que também estava com o tumor.

Após sofrer um tombo aparentemente inofensivo na área de serviço de sua casa, a idosa descobriu que, apesar de não ter fumado, como o marido fazia, ela também havia desenvolvido a doença.

Sintomas mais comuns do câncer de pulmão

  • O câncer de pulmão é, muitas vezes, silencioso nos estágios iniciais e pode se desenvolver sem aparentar nenhum sintoma até que esteja metastático. Apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio inicial (câncer localizado).
  • Uma vez que começam os sintomas, porém, o câncer evolui rapidamente e possui um prognóstico ruim. A taxa de sobrevida relativa em cinco anos para câncer de pulmão é de aproximadamente 18%, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
  • Segundo o oncologista Márcio Almeida, de Brasília, tosse persistente, por vezes com sangue, dor torácica, falta de ar e perda de peso são os principais sintomas do câncer de pulmão. “Nosso principal desafio é aumentar os diagnósticos precoces para também aumentar a sobrevida dos pacientes”, diz.
  • “Atualmente, temos muitas opções de tratamento, como a imunoterapia e a terapia-alvo, que podem ser muito eficazes. Há uma chance real de cura em casos iniciais. No estágio avançado, o tratamento busca controlar a doença, aliviar sintomas e prolongar a vida com qualidade”, completa Almeida.

Diagnóstico precoce por acaso

O acaso da descoberta, na realidade, quase não aconteceu. Embora tenha sentido muita dor após o tombo, a moradora de Brasília não quis ir ao hospital imediatamente.

“Senti muita dor, gritei por socorro, mas depois vi que só tinha sofrido um corte pequeno na pálpebra inferior, aí achei melhor esperar. Fiquei três dias em casa, mas depois decidi ir ao hospital ver se tinha quebrado alguma coisa. Já tinha sofrido uma fratura nas costelas uns anos antes e achei melhor me precaver”, lembra.

Foi a precaução que permitiu um diagnóstico precoce do câncer de pulmão. Uma tomografia revelou nódulos formados em ambos os pulmões. Um deles, no pulmão direito, com tamanho suficiente para despertar atenção imediata dos especialistas.

“Eles me disseram que era melhor monitorar o crescimento e não operar logo de cara. Fiquei fazendo exames de três em três meses, mas um ano depois eu preferi ir para a cirurgia. Os médicos tiraram uma área de 10 centímetros do meu pulmão direito que estava afetada. O esquerdo, por ser menor, preferiram deixar. Tive medo dessa cirurgia, claro, mas também estava grata de saber que eu tive uma oportunidade de tratamento que meu marido não teve”, afirma a aposentada.

Monitoramento contínuo após cirurgia

Após a cirurgia, Cecília foi informada de que não seria necessário fazer quimioterapia ou radioterapia. A decisão foi baseada na análise da biópsia de que seu tipo de tumor não era especialmente agressivo e poderia ser monitorado apenas com exames de controle.

Inicialmente, as tomografias ocorriam a cada três meses. Com o tempo, passaram a ser feitas de seis em seis meses, e atualmente, podem chegar a um intervalo anual. Até hoje Cecília realiza os exames, mesmo 10 anos após seu diagnóstico inicial.

Diagnóstico tardio marcou trajetória familiar

O marido de Cecília, o médico José Rômulo Avendaño Moreno, morreu em 2014, apenas alguns meses antes do diagnóstico da esposa, por conta de um câncer de pulmão descoberto já em estágio avançado.

Como era médico, José fazia tomografias frequentes com colegas e sabia que tinha lesões no pulmão que não eram câncer. Para Cecília, os colegas não falavam para não deixá-lo alarmado, já que sabiam que não havia opções de tratamento.

“Soubemos quando ele passou mal em casa, teve uma falta de ar muito grande. Fomos para o hospital e fizemos uma nova tomografia. Só aí foi constatado que ele estava com câncer. Já com metástase, na realidade. O câncer tinha tomado os pulmões, os ossos, tudo. Preferimos não falar nada para ele”, lembra.

A reta final do câncer de pulmão

José não sentia dores: fraqueza e indisposição constante eram o principal sintoma. Cecília manteve o câncer em segredo do marido até o fim. “Quando a falta de ar ficou constante, ele comprou um tambor de oxigênio, botou no quarto, colocou uma máscara e ficava usando aquilo para respirar”, recorda.

Um dia, ao ver José enfrentar uma falta de ar grave, a família chamou uma ambulância para levá-lo para o hospital. O médico ficou em uma UTI particular e foi mantido sedado e alimentado por sonda.

“Foi só um dia. No dia seguinte, tiraram a sonda e disseram que ele já estava em suas últimas horas. Eu vi que ele estava sofrendo muito. Era de manhã cedo quando o médico falou isso pra mim. Quando foi dez pras sete da noite, ele morreu. Foi uma tristeza”, lamenta.

Cigarro nunca esteve nas mãos, mas no ar

Cecília não fumava, mas conviveu durante décadas com o hábito do marido, o que, segundo médicos, pode ter sido suficiente para a manifestação da doença. O oncologista Márcio Almeida, de Brasília, explica que o fumo passivo é um fator de risco relevante para o desenvolvimento do câncer.

“O tabagismo é a principal causa do câncer de pulmão, mas não a única. Cerca de 15% dos casos de câncer de pulmão ocorre em indivíduos que não são tabagistas. Pessoas expostas à fumaça de cigarro estão entre as mais vulneráveis, especialmente se houver exposição prolongada. Causas genéticas e exposição a outros poluentes, como o amianto, também podem estar por trás”, afirma o especialista.

O câncer de pulmão é, muitas vezes, silencioso nos estágios iniciais. Em casos como o de Cecília, o diagnóstico acontece por acaso. “O câncer pode estar presente sem sintomas. Isso reforça a importância de exames em grupos de risco”, destaca Almeida. Quando detectado precocemente, há chance de cura por meio da cirurgia. Em estágios avançados, o tratamento é paliativo.

Atualmente, as opções terapêuticas incluem imunoterapia e terapias-alvo, com melhores resultados mesmo em casos com metástase. A eficácia depende do tipo e da mutação do tumor identificado durante a biópsia.

Alerta para os riscos do cigarro

No caso de Cecília, a convivência com o fumo, mesmo passivamente, deixou marcas. Questionada sobre o que diria a quem ainda fuma, Cecília é direta: “Deixar o cigarro para sempre. O cigarro leva ao câncer e o câncer leva à morte”.

Fonte: Metrópoles

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