Os policiais civis do Distrito Federal não vão alcançar a paridade salarial com a Polícia Federal (PF) nem mesmo com a incorporação total do reajuste de 18% e 24%.

Com a segunda parcela da recomposição, que deve ser paga a partir de janeiro de 2024, a desigualdade salarial entre Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e PF será de 10% a 23%, segundo levantamento do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF).

Os agentes, escrivães e papiloscopistas da PCDF de classe especial – a última da carreira – passarão a ganhar salário bruto de R$ 18.417,51, a partir de 2024. Os policiais federais do mesmo nível têm remuneração de R$ 20.330,45. A diferença é de 10,39%.

O abismo salarial é maior entre os profissionais da 3ª classe, em início da carreira. Enquanto os servidores da PF ganharão R$ 13.649,53, os da PCDF têm salário de R$ 11.085,72, o que representa uma disparidade de 23,13%.

Já os salários dos delegados, peritos criminais e peritos médicos-legistas de classe especial da PCDF chegarão a R$ 30.542,92. Os profissionais da PF de mesmo nível ganham R$ 33.721,23 de remuneração bruta, 10,41% a mais que os servidores da PCDF.

O reajuste salarial das forças de segurança do DF de, em média, 18%, foi concedido por meio de medida provisória (MP) publicada em 18 de julho. A incorporação da primeira parcela ocorreu imediatamente.

No caso da PCDF, o aumento foi de 24% para os profissionais da classes especiais e de 18% para os servidores dos demais níveis.

Os policiais civis do DF reivindicam o resgate da equiparação salarial com a PF. Segundo o Sinpol-DF, as carreiras de ambas as corporações tinham o mesmo subsídio até janeiro de 2017.

O presidente do Sinpol-DF, Enoque Venancio, disse que a PCDF e a PF são “institucionalmente coirmãs, cuja origem remete ao mesmo tronco filial”.

Na última quinta-feira (3/8), Venancio e a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Distrito Federal (Sindepo-DF), Cláudia Alcântara, pediram ao secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, o resgate da igualdade salarial entre as corporações.

“No início da capital da República, éramos uma única polícia que foi dividida. Não é só uma questão histórica, é uma questão legal”, disse Cláudia.

Um dia depois do encontro com os sindicalistas, o número 02 do Ministério da Justiça disse que o pedido de equiparação remuneratória da PCDF com a PF será analisado.

“Recebemos as reivindicações dos policiais civis do Distrito Federal. Agora, vamos analisar as propostas. A consolidação do Sistema Único de Segurança Pública passa pela integração e, sem dúvida nenhuma, pela valorização dos policiais”, afirmou Cappelli.