No mundo acelerado de hoje, onde o estresse e a ansiedade se tornaram parte da rotina diária, não surpreende que tendências curiosas ganhem espaço nas redes sociais e nas ruas. Uma delas chama atenção: o uso de chupetas por adultos e jovens como acessório antiestresse. Inicialmente popularizadas em vídeos virais e festivais, as chupetas saíram do universo infantil e passaram a ser encaradas como uma espécie de “fidget toy oral”, prometendo relaxamento e sensação de segurança. Mas o que pouca gente discute é o impacto desse hábito sobre a saúde bucal, especialmente nos dentes e articulações da mandíbula.
Do ponto de vista psicológico, a repetição de movimentos orais pode, de fato, trazer uma sensação momentânea de conforto, remetendo a fases mais seguras da infância (fase oral). A dentista e professora da faculdade Aria, Letícia Vieira, explica que, em crianças, o uso de chupetas também não é indicado, mas quando existe deve ser monitorado e progressivamente interrompido para minimizar os danos. Para os adultos que adotam esse hábito os riscos odontológicos também existem e estão contraindicados.
Lembrando que o hábito de chupetas, dedo ou mamadeira são hábitos deletérios e nocivos à saúde bucal.
“Hábito é um comportamento aprendido que pode revelar diversas questões psicológicas que evidenciam a necessidade do enfoque profundo do autoconhecimento e não soluções imediatas superficiais de conforto com consequências diversas. Deve ser orientado por um profissional que trabalhe a saúde mental.”
Do ponto de vista odontológico alguns pontos precisam de atenção.
“O uso frequente de chupetas em adultos pode levar a problemas sérios de oclusão (mordida), desalinhamentos dentários e até as disfunções temporomandibulares (DTM), que podem se manifestar com dores na mandíbula, estalos ao abrir a boca e dores de cabeça recorrentes”, afirma.
Ainda de acordo com a dentista, a pressão constante exercida sobre os dentes anteriores pode causar migração dentária e aumento da protrusão dos dentes da frente (os famosos “dentes para fora”).
“Em adultos que já passaram por tratamentos ortodônticos, o uso prolongado de chupetas pode comprometer os resultados obtidos com anos de uso de aparelhos”, alerta Letícia Vieira.
Outro ponto de atenção é o acúmulo de bactérias. Por serem objetos mantidos frequentemente na boca e nem sempre higienizados adequadamente, chupetas podem se tornar focos de proliferação de microrganismos nocivos, aumentando o risco de cárie, gengivites e até infecções oportunistas.
“Existem outros meios eficazes para o alívio da ansiedade e do estresse com profissionais especializados em saúde mental que são utilizados de maneira que favoreçam uma vida mais tranquila sem prejuízos”.
O cuidado em saúde requer orientação pautada em evidência científica e não modismos imediatos finaliza a professora da faculdade Aria.
Fonte: Lead Notícia