Além disso, a menopausa é um marco no surgimento de algumas doenças, especialmente doenças cardiovasculares
A menopausa é um marco significativo na vida da mulher e um tema amplamente discutido, especialmente após os 40 anos. Esse período é alvo de muitos estudos, reflexões e atualizações contínuas. A chegada da menopausa, quando relacionada à remoção cirúrgica dos ovários, suscita inúmeras dúvidas.
“Chamamos de menopausa precoce os casos que fogem a essa norma, quando o período se inicia antes dos 40 anos. Fatores hereditários, como mães e avós com diagnóstico de menopausa precoce, histórico de cirurgias envolvendo os ovários, condições como o uso de determinadas medicações e a remoção dos ovários podem levar a uma menopausa “forçada”, desviando do caminho natural até essa fase”, explica o ginecologista Luís Otávio Manes.
A remoção cirúrgica dos ovários, conhecida como ooforectomia, pode ser realizada em um ou nos dois ovários. “Quando realizada de forma bilateral, faz com que a produção de hormônios seja cessada em grande parte, de forma abrupta, resultando em um quadro de menopausa forçada causada pela remoção. Isso pode intensificar os sintomas e necessitar de reposição hormonal precoce”, pontua Manes.
De acordo com o ginecologista, a realização da ooforectomia bilateral, ou seja, a remoção dos dois ovários, não é indicada rotineiramente devido às suas implicações e deve ser restrita apenas a situações imprescindíveis, como em pacientes que apresentam certas doenças malignas das mamas ou na suspeita de doença maligna dos ovários. “Mesmo após o período de menopausa, os ovários ainda desempenham uma função endócrina na produção de alguns hormônios, embora em menor quantidade do que durante a fase reprodutiva. A história familiar de parentes com cânceres ginecológicos de ovários, útero e mamas pode ser uma indicação para a sua remoção, devido à hereditariedade dessas doenças, principalmente quando descobertas de forma precoce”, detalha.
Sintomas da menopausa
A menopausa pode ser percebida de diferentes maneiras por cada mulher, variando de uma experiência amena e sem grandes alterações a uma forma bastante severa, causando mudanças significativas na vida da mulher. “Geralmente, são notadas alterações na qualidade de vida, como ondas de calor, irritabilidade, insônia, diminuição da libido e ressecamento vaginal. Está também associada a alterações psicológicas e ao aumento da incidência de quadros de depressão”, enumera.
Além disso, a menopausa é um marco no surgimento de algumas doenças, especialmente doenças cardiovasculares, aumentando a ocorrência de infartos, AVCs, osteoporose e até mesmo alguns tipos de câncer, como o câncer de ovário e mama.
“Devemos dar a devida importância à menopausa pois não só indica o final da fase reprodutiva, quanto ressalta a necessidade de acompanhamento ginecológico frequente que incluem a realização de exames mais abrangentes e específicos, os quais normalmente, não são realizados em mulheres fora deste período. O aparecimento das doenças associadas à mulher, as mudanças físicas e psicológicas em decorrência deste período merece um olhar mais aprofundado e acompanhamento contínuo afim de se evitar complicações futuras e principalmente, propiciar um envelhecer mais saudável”, finaliza.
Fonte: Jornal de Brasília