Segundo o INCA, 161.853 mil mortes poderiam ser evitadas anualmente se o tabaco fosse deixado de lado
Em 2023, mais de 35 mil brasileiros serão diagnosticados com câncer de pulmão, segundo o Instituo Nacional do Câncer (INCA). Dessa forma, o tumor ficará entre os líderes em volume de incidências no país. Ainda de acordo com o instituo, o tabagismo continua sendo o maior responsável pela doença e representa quase 90% dos casos.
Segundo o INCA, 161.853 mil mortes poderiam ser evitadas anualmente se o tabaco fosse deixado de lado, sendo que cerca de ⅓ destes óbitos são decorrentes de algum tipo de câncer relacionado ao hábito de fumar. Segundo dados do Ministério da Saúde, pessoas que fumam têm 30% mais chances de desenvolver câncer de pulmão. Dados do Instituto mostram também que, no Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo.
Contudo, há boas perspectivas que podem contribuir para a melhora desse cenário. Isso porque graças à evolução da ciência nos últimos anos, os tumores de pulmão atualmente contam com um arsenal poderoso, que, somados à quimioterapia, radioterapia e outras condutas de cuidado, tem revolucionado combate a esse tipo de câncer.
De acordo com o oncologista clínico, do Grupo Oncoclínicas, especialista em tórax, Igor Morbeck, a imunoterapia é a maior revolução que já aconteceu no mundo das terapias e o câncer de pulmão é o principal protagonista do papel desse tratamento. “Os resultados mudaram a sobrevida dos pacientes.
Houve um ganho inequívoco de sobrevida global, de taxa de resposta, de qualidade de vida. Os pacientes realmente se beneficiaram bastante. Hoje em dia há uma disponibilidade enorme de protocolos diferentes de imunoterapia, no qual o oncologista pode utilizar todos eles, beneficiando os pacientes com câncer de pulmão”, afirma o médico.
Ainda de acordo com o oncologista, no último congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, a ASCO, que aconteceu em junho deste ano, foi apresentado o resultado de um grande estudo neste cenário.
“O estudo Adaura foi um marco para pacientes com mutação de câncer de pulmão, porque são aqueles que foram operados e tiveram uma testagem positiva para uma mutação chamada EGRF, que está presente em torno de 20% da população brasileira. Esse estudo analisa se após o tratamento cirúrgico os pacientes podem ou não receber quimioterapia. Chamado de Adaura, ele avaliou pacientes que receberam uma droga chamada Osimertinib. O uso dessa medicação reduziu o risco de morte em torno de 50% dos casos. O Adaura realmente é um outro marco no tratamento do câncer de pulmão ”, ressalta o oncologista do Grupo Oncoclínicas.
Sintomas do câncer de pulmão
Tosse
Falta de ar
Escarro com sangue
Dor no peito
Perda de peso
Cansaço
Fatores de risco para a doença
Tabagismo
Fumo passivo
Exposição a agentes químicos, como asbesto e arsênico, ou a metais pesados, como níquel e cromo
Infecções pulmonares de repetição
Doença obstrutiva crônica, como enfisema pulmonar
Fatores genéticos
Histórico familiar de câncer de pulmão
Exposição à poluição do ar
Deficiência ou excesso de vitamina A
Fonte: Jornal de Brasília