Sensação de queimação na língua, nas gengivas, no palato ou nos lábios pode ser sinal de alerta. Quem já ouviu falar na Síndrome da Boca Ardente (SBA)? Ela surge de forma inexplicável, persistente e afeta principalmente mulheres. A doença, que pode trazer grande desconforto e interferir diretamente na qualidade de vida, pode ser diagnosticada por um dentista e tem tratamento.

De acordo com a dentista e coordenadora do curso de odontologia da Faculdade Aria, Maria Letícia Bucchianeri, a síndrome é caracterizada por uma sensação de ardência ou queimação na cavidade bucal, sem que haja uma causa visível, como feridas, inflamações ou lesões. “Esse desconforto pode ser contínuo ou intermitente, e muitas vezes é acompanhado por uma sensação de boca seca ou alteração no paladar, com gosto amargo ou metálico. Os sintomas podem afetar a vida social, o emocional e até a saúde mental do paciente, já que o desconforto constante pode gerar ansiedade e estresse”, afirma.

Embora a causa exata da SBA não seja completamente esclarecida, acredita-se que fatores hormonais, psicológicos e neurológicos possam estar envolvidos. No entanto, o que muitos não sabem é que a saúde bucal tem um papel fundamental na manifestação dessa síndrome.

Uma avaliação odontológica minuciosa é fundamental para descartar ou identificar fatores que podem contribuir para o quadro de SBA. O dentista não apenas examina os dentes e gengivas, mas também pode identificar condições que alteram a mucosa bucal, como infecções, lesões ou alergias a materiais usados em próteses dentárias. Além disso, o profissional pode investigar outros fatores que interferem na saúde bucal, como o uso inadequado de próteses dentárias, bruxismo (ranger de dentes) ou até mesmo o uso de medicamentos que afetam a saliva e a função bucal”, explica Maria Letícia. Ainda de acordo com a dentista, em muitos casos, a SBA pode estar associada ao mau ajuste de próteses dentárias, o que leva a um aumento da pressão nas gengivas e mucosa bucal, causando irritação e desconforto.

Possíveis causas

Fonte: Ipê Brasília