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Ipê Brasília: Melanoma: desvendando o câncer de pele mais agressivo

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que em 2024 devem ser registrados quase nove mil casos da doença no Brasil. Avanços no tratamento sinalizam perspectivas positivas no combate ao tumor, aponta dermatologista

O câncer de pele é o tumor mais incidente entre os brasileiros e o tipo melanoma é o menos comum, representando aproximadamente 3% das neoplasias. No entanto, é agressivo e potencialmente mortal, exigindo diagnóstico e tratamento precoces. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que em 2024 devem ser registrados quase nove mil casos da doença no Brasil, sendo mais comum em pessoas de pele clara expostas a raios solares UV. De acordo com a dermatologista oncológica da Oncoclínicas Brasília, Fernanda Seabra, o melanoma é mais frequente em pessoas com idade acima de 50 anos, mas também pode ocorrer em indivíduos mais jovens.

“O cenário do melanoma mudou em 2017 com o advento dos novos tratamentos para a neoplasia avançada, hoje temos medicações que são capazes de aumentar a sobrevida livre de doença, proporcionando o aumento da expectativa de vida do paciente. O diagnóstico precoce é fator determinante para o prognóstico. Os tumores detectados em estágios iniciais podem ser retirados de forma cirúrgica e aumentando de forma exponencial as chances de cura do câncer”, afirma.

Apesar de uma grande parcela da população acreditar que sabe lidar com o sol, campanhas de conscientização, como o Junho Preto, são fundamentais. “É primordial que as informações corretas cheguem às pessoas. Usar protetor solar corretamente, por exemplo, é fundamental. Para atingir uma camada de espessura mínima do protetor na face é necessário uma quantidade equivalente a uma colher de sopa do produto. Devemos fazer isso a cada três horas de exposição solar. Também devemos abusar dos protetores físicos: chapéu, boné, óculos escuros, roupas de proteção UV”, reforça a médica.

Sinais de alerta

O câncer de pele do tipo melanoma costuma se manifestar através de pintas escuras que apresentam modificações ao longo do tempo. Esse tipo de tumor também pode aparecer na pele ou mucosas, na forma de manchas, ou sinais. Pessoas com histórico familiar de melanoma e/ou que tenham um volume maior que 50 pintas pelo corpo também devem ficar atentas aos riscos de desenvolver a doença.

Autoexame

Mesmo com os avanços da ciência que garantem qualidade de vida aos pacientes com câncer de pele, a dermatologista oncológica afirma que a melhor forma de combater o tumor é fazer a análise para a identificação de possíveis sinais de alerta. “72% das neoplasias são diagnosticadas pelo próprio cônjuge ou familiar. Dessa forma, faz se imprescindível o autoexame. A regra do ABCDE é muito simples e pode salvar vidas. A partir dela o paciente consegue identificar as suspeitas e assim procurar de forma rápida o tratamento”, explica Fernanda Seabra.

Conheça a regra do ABCDE 

A – Assimetria

Um lado da pinta não é igual ao outro.

B – Bordas irregulares

A pinta possui contorno irregular

 

C – Cor: múltiplas cores

Pinta com mais de duas cores

D – Diâmetro

Pinta com mais de 6 mm de diâmetro

E – Evolução

“Neste ponto, o paciente deve relatar para o seu dermatologista se essa lesão está mudando, crescendo ou coçando, tendo alteração de cor ou sangrando. Se sua pinta apresenta apenas uma dessas características da Regra de ABCDE você já pode procurar um profissional da sua confiança”, alerta a especialista.

Avanços no tratamento

A médica explica que quando o melanoma ou os carcinomas são diagnosticados em fase inicial, o tratamento cirúrgico é o mais adequado. Em fase avançada, com a presença de metástase, os tumores devem ser tratados com terapias adjuvantes. Fernanda Seabra ressalta que pesquisas incessantes e investimentos em novas tecnologias têm proporcionado desdobramentos promissores no combate à doença.

“A pesquisa contra o melanoma avança a passos largos, abrindo caminho para um futuro mais promissor em relação à doença avançada. Temos a imunoterapia, terapia-alvo e vacinas contra o melanoma que ainda estão em estudo. Lembrando que o paciente com diagnóstico de melanoma tem mais chance de ter o segundo tumor do que uma pessoa que nunca teve a doença. Essas chances aumentam para 40% para o terceiro melanoma. Dessa forma, visite seu dermatologista de forma regular, esse profissional é capaz de realizar o mapeamento de todas as suas pintas e com isso diagnosticar de forma mais precoce uma lesão suspeita”, finaliza a dermatologista oncológica da Oncoclínicas Brasília.

Fonte: Ipê Brasília

 

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