Em busca de respostas, o GPS|Lifetime entrevistou dois dermatologistas sobre o assunto, e a decisão é unânime: o procedimento pode ser perigoso e ainda não chegou para debate no País
Com o lançamento do equipamento Glacial Rx nos Estados Unidos da América (EUA), a crioterapia tem se popularizado ainda mais ao longo dos anos. O GPS|Lifetime conversou com dois dermatologistas, um deles presidente do presidente do Congresso Brasileiro de Dermatologia em Brasília, para tirar suas dúvidas sobre o assunto e entendermos a polêmica do método.
(Foto: Towfiqu Barbhuiya/Unsplash/Reprodução)
O que é a crioterapia?
É um dos procedimentos mais utilizados por famosos, no exterior, para lidar com rugas e linhas de expressão. Consiste em submeter a pele a baixas temperaturas e que o colágeno seja estimulado nesse processo. A médica dermatologista Regina Buffman explica:
“Crioterapia para tratar as rugas é um procedimento utilizado há alguns anos no exterior. A ideia é que a pele seja submetida a temperaturas baixas e que a revascularização após congelamento promova um aporte sanguíneo maior no local promovendo acréscimo de nutrientes e estímulo de colágeno. Existe o uso da técnica de uma maneira geral promovendo tratamento na qualidade da pele sendo uma alternativa para rugas finas, flacidez e manchas e outra aplicação pontual na região da fronte que funcionaria como um Botox tratando especificamente as rugas de movimentação dinâmica da testa. Esse último é conhecido como Frotox”, afirma Buffman ao GPS|Lifetime.
É legalizado no Brasil? Qual a polêmica do método?
O procedimento não existe no Brasil, mas se popularizou lá fora por conta do aparelho norte-americano Glacial RX, lançado sob autorização do FDA em 2016.
“Glacial RX é um aparelho norte americano que possui autorização do FDA desde 2016. É um aparelho que oferece soluções cosméticas e médicas baseado na criomodulação. Foi muito comentado no último congresso da Academia Americana de Dermatologia AAD como protocolo inovador para melasma. No Brasil não está disponível e nem possuímos um aparelho equivalente em território nacional”, analisa Buffman.
(Foto: Sam Moghadam Khamseh/Unsplash/Reprodução)
O presidente do Congresso Brasileiro de Dermatologia em Brasília e professor da Universidade de Brasília (UNB), Gilvan Alves, esteve nos últimos meses em três congressos de dermatologia (nos EUA, na França, e em Recife, no Brasil) e, em nenhum deles, viu a crioterapia ser debatida:
“O mais próximo que existe, em território nacional, é a criolipólise, que é muito utilizada no País como forma de tratamento contra as gorduras localizadas — mas que não costuma ser utilizada no rosto. Eu não ouvi falar, em nenhum dos Congressos desse ano, dessa crioterapia. O gelo queima, dá bolhas, pessoas que andam na neve podem perder o pé e sofrer queimaduras. Imagina isso no rosto? Congelar o rosto pode causar danos sérios à pele. A crioterapia é diferente da criolipólise, que congela a gordura e não as rugas. A criolipólise tem como foco o combate à gordura”, analisa e explica Gilvan Alves.
Quais são as rugas mais conhecidas?
- pés de galinha
- expressão de bravo entre as sobrancelhas
- linhas horizontais na testa
Já que não está autorizado no Brasil, o que fazer?
No combate às rugas e linhas de expressão, o bom e velho botox ainda costuma ser o procedimento mais buscado e realizado — mas existem, ainda, os lasers, peelings médios e profundos, e o skinbooster.
Fonte: GPS LifeTime