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Correio da Manhã: Rosa e Niemeyer na luta contra o câncer de mama

Durante todo o mês de outubro, Brasília sedia a exposição “Mulheres e Niemeyer”, que celebra a resiliência de 12 mulheres que enfrentaram o câncer de mama. Fotografadas ao lado de monumentos projetados por Oscar Niemeyer, elas inspiram pela superação e levantam a bandeira da prevenção. A mostra faz parte das atividades do Outubro Rosa, campanha voltada para a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce da doença.

E as fotos, de fotógrafas de Brasília como Graça Seligman e Zuleica de Souza, trazem um alerta a mais. Todas as mulheres retratadas têm menos de 50 anos. Suas presenças ali destacam que, ao contrário do senso mais comum, o câncer de mama não afeta somente as mulheres mais idosas. As mais jovens também precisam ficar atentas e cuidar da prevenção.

Um estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF) revelou que uma em cada seis mortes por câncer de mama ocorre em mulheres com menos de 50 anos, ressaltando a necessidade de políticas preventivas mais amplas. De acordo com o levantamento, as mortes aumentaram 40,8% entre 2012 e 2022, passando de 13.746 para 19.363, um cenário alarmante para a saúde pública.

Fé na cura

Entre as retratadas na exposição está Joana Jeker, fundadora da Recomeçar – Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília. Ela compartilha sua história de superação. “Eu pensei na cura, acreditei na cura, tive fé na cura, e vivi a cura”, resumiu ela. Além de sua trajetória pessoal, Joana foi uma das responsáveis pela aprovação da Lei nº 13.896/2019, que estabelece o prazo máximo de 30 dias para a realização de exames após a suspeita de câncer. “Se buscamos um mundo melhor, devemos ser agentes dessa mudança”, enfatizou.

A mastologista Karimi Amaral destaca o papel crucial do diagnóstico precoce. “Um nódulo nas mamas, especialmente quando é indolor, duro ou irregular, precisa ser investigado”, alertou, reforçando a necessidade de atenção constante à saúde das mamas.

Porta-vozes

Além do impacto visual e emocional das imagens, a exposição também busca reforçar a conscientização sobre a importância do tratamento adequado. As doze mulheres, fotografadas ao lado das icônicas obras de Niemeyer, são mais do que sobreviventes — elas são porta-vozes de uma causa que ainda precisa de mais visibilidade.

Regina Sousa Bispo, que passou por uma mastectomia radical após ser diagnosticada com câncer de mama, relembra sua luta: “Foi um dia de cada vez enquanto sonhava com um futuro diferente do passado”, compartilhou.

Já Cida Sousa, retratada ao lado do Palácio do Planalto, foi diagnosticada em 2013. Ela destaca que a maior motivação para continuar foi sua família. “Eles foram a minha razão para lutar e vencer”, enfatizou.

Precisamos falar sobre isso

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimam 73.610 novos casos da doença para 2024, com uma taxa de incidência de 66,54 por 100 mil mulheres. Embora o câncer de mama seja predominantemente feminino, cerca de 1% dos casos ocorre em homens, reforçando que a doença não faz distinção de gênero.

Outras histórias de coragem como as de Fátima Cardoso, diagnosticada em 2018, e Andréa Moura, que luta contra o câncer desde 2016, mostram que o apoio familiar, a força mental e a aceitação das mudanças físicas são elementos fundamentais para enfrentar a doença. “Eu tive câncer, mas o câncer nunca me teve”, afirmou Fátima. Andréa, por sua vez, compartilha que seus filhos foram seu principal suporte. “Eles foram meu pilar”, comentou ela.

Serviço:

A exposição “Mulheres e Niemeyer” será exibida em três locais emblemáticos de Brasília durante o mês de outubro, cada um com uma programação distinta.

Até 31/10:
Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF):
Senado Federal.

De 14/10 a 1/11:
Palácio do Planalto.

Fonte: Correio da Manhã

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