Os sapatos de salto, apesar de serem considerados sinônimo de elegância, podem desencadear sérios problemas nos tornozelos, joelhos e, principalmente, na coluna
O uso excessivo de sapatos e sandálias com salto alto pode provocar deformidades nos pés e alterações de postura. De acordo com o ortopedista, Breno Frota, esse tipo de calçado contribui para o surgimento de graves problemas nos tornozelos, joelhos, principalmente na coluna, que necessitam de tratamento específico.
“Isso ocorre porque o peso do corpo não é devidamente distribuído no pé e, como há uma alteração no centro de gravidade do corpo, há tendência para jogar os ombros para trás e a cabeça para a frente, e de aumentar a lordose lombar, alterando o posicionamento da coluna”, explicou Frota.
Ainda segundo o médico, outra alteração causada pelo salto alto é uma deformidade conhecida como joanete, que afeta os pés. Além disso, influencia no surgimento da hiperlordose — curvatura excessiva da coluna vertebral para dentro do corpo —, que muitas vezes é causada pela postura errada devido ao uso excessivo desse calçado.
A literatura médica sugere que o salto alto seja usado, no máximo, três vezes na semana, por um período de até sete horas. O tamanho do salto também influencia. “Saltos de 5cm até 15cm são considerados médios e, abaixo de 5cm, são baixos. Vale ressaltar que quanto mais plano o pé ficar em relação ao solo melhor a distribuição de carga do peso. Quanto mais grosso também for o salto melhor a absorção e distribuição de peso do corpo, por isso, o modelo anabela é um dos mais recomendados”, diz o ortopedista.
Para mulheres que trabalham ou usam salto alto todos os dias pequenas pausas durante o tempo de uso ajudam. “É importante retirar o sapato por alguns minutos e fazer alongamentos e movimentos com o pé e tornozelos. Ao dar essa pausa, a coluna também é beneficiada, pois, ao sentar, a musculatura das costas fica mais relaxada. É recomendável também que os sapatos de salto sejam alternados com outros calçados, como sandálias mais baixas e tênis”, conclui o especialista.
Fonte: Correio Braziliense
