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Correio Braziliense: Proteção contra ISTs no carnaval deve ser redobrada; confira dicas

M-pox também deve ser um ponto de atenção entre os foliões; especialistas alertam que compartilhamento de objetos também pode ser uma forma de contágio

O carnaval é uma das maiores comemorações da cultura brasileira. É uma festa com proporções tão grandes também merece uma boa dose de responsabilidades, principalmente com a saúde. Nesse período, um motivo de alerta é o risco de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Para prevenir o contágio, a principal dica é o uso de preservativos, mas existem ainda outros cuidados importantes. O ginecologista Luís Otávio Manes aponta que as ISTs mais comuns durante esse período são a herpes labial, o vírus da imunodeficiência humana (HIV), o papilomavírus humano (HPV) e a sífilis. Segundo o especialista, um dos fatores que mais contribui para esse aumento é a falta de informação.

“As terapias medicamentosas que vieram hoje para tratamento da doença (HIV) possibilitaram que essas pessoas tenham não só uma aparência normal, mas também como a qualidade de vida normal, então isso gerou uma falsa sensação de que hoje não existem mais pessoas com o HIV, quando na verdade é o contrário”, explica. “A falta de informação faz com que hoje a gente tenha os maiores níveis relacionados a essas infecções de HIV, principalmente”.

Outro risco entre as doenças é o aumento da m-pox (antes chamada de monkeypox ou varíola do macaco). Embora a incidência dos casos não seja tão alarmante quanto em 2022, quando o país viveu um surto da doença, as festividades de fim de ano e o carnaval podem contribuir para a aparição. No estado de São Paulo, 53 novos casos foram confirmados nas seis primeiras semanas epidemiológicas do ano. As informações são do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) de SP.

A m-pox também pode ser transmitida sexualmente, mas tem ainda outras formas de propagação. “Contato com gotículas, com fluidos do corpo, com materiais contaminados como roupa de cama, tudo isso pode fazer com que a transmissão aconteça”, explica o médico.

Além das relações sexuais outra forma de contágio, que vale tanto para a m-pox quanto para outras infecções, é o compartilhamento de objetos como copos e cigarros eletrônicos. E cuidado ao utilizar os banheiros químicos. Segundo o especialista, não basta apenas não sentar no local, já que a maior parte das contaminações acontece ao tocar em locais infectados. “Uma forma da gente evitar esse tipo de situação é sempre que usar banheiro público é tentar tocar o mínimo possível, no vaso ou onde estiver fazendo uso e sempre lavar as mãos com água e sabão antes de sair do banheiro”, aconselha.

Cuidados na hora do beijo

Para boa parte das pessoas, o carnaval é uma época de dar muito beijo na boca. Mas também é preciso ter alguns cuidados para não deixar que um momento estrague a celebração. A principal dica é manter a vacinação em dia, o que vale tanto para a hepatite B quanto para doenças respiratórias como gripe e covid-19, como alerta a dentista e coordenadora do curso de odontologia da faculdade Ária, Maria Letícia Bucchianeri.

A profissional destaca que essas infecções representam uma importante parcela nas doenças que podem ser transmitidas pelo beijo. A mononucleose infecciosa é a que tem mais incidência — a infecção também é conhecida como “doença do beijo”. “O vírus se transmite por meio da saliva, presente em beijos, mas também em objetos compartilhados como copos, talheres e até mesmo cigarros”, explica.

Maria Letícia reforça ainda a importância do cuidado com a higiene bucal, afinal, você também deve se certificar de estar com a saúde em dia para aproveitar a data sem apresentar riscos. Outra dica é lavar as mãos sempre que puder. Aproveitar a folia com responsabilidade é também uma forma de curtir mais e melhor o carnaval.

 

Fonte: Correio Braziliense

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