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Correio Braziliense: Os riscos que envolvem os “atletas” de fim de semana

A prática de exercícios físicos apenas sábado e domingo e alternada com álcool e churrasco pode ser nociva à saúde. Especialistas ensinam como treinar regularmente e o que evitar antes e depois das atividades

Depois de uma longa semana de trabalho, os homens costumam usar o fim de semana para curtir. Entre as formas de diversão, estão a prática de esportes. Mas, em muitos casos, eles misturam álcool, churrasco, socialização e corridas repentinas dentro de quadra ou do campo de futebol. Esse hábito pode causar lesões e, principalmente, problemas cardiovasculares.

Para uns, os praticantes de atividade física e esportes durante o fim de semana são considerados preguiçosos. Mas a realidade não é essa. Para Ademilson Cantanhede Oliveira, professor de educação física e coordenador técnico da Sport+ treinamento esportivo, a falta de tempo incapacita essas pessoas de desenvolver o hábito de treinar regularmente.

Além disso, o cansaço diário das rotinas agitadas os deixam sem disposição para tentar uma caminhada, andar de bicicleta ou um treino simples dentro de casa. “Dos últimos anos para cá, teve um crescimento muito significativo dos homens que jogam o futebol de fim de semana”, estima.

Isso ocorre, principalmente, com homens acima de 40 anos e que têm um sedentarismo mais acentuado. Uma pessoa que não é sedentária pratica atividade física, no mínimo, duas vezes por semana, já o atleta do fim de semana, apenas aos sábados e domingos. Se por acaso naquele fim de semana não der para treinar, a pessoa vai realizar a atividade só depois de 15 dias.

Futebol equilibrado

O empresário Leandro Korting, 41 anos, joga futebol aos sábados e domingos desde os 16 anos. Geralmente, reúne-se com amigos e conhecidos da mesma faixa etária para socializar e se divertir. Ele conta que, durante a semana, faz alguns exercícios físicos leves para evitar lesões e manter a forma.

Leandro não conta com acompanhamento de professores ou médicos, mas sempre busca reforçar os músculos com orientações de amigos que trabalham na área. “Evito comer antes das atividades e fico atento a movimentos muito bruscos, como levantar muito a perna ou dar arrancadas quando ainda estou no início”, comenta.

Também evita o consumo de álcool antes e depois da prática do futebol, já que sente que isso o prejudica muito. O empresário diz não ter muita disciplina em relação à alimentação, mas, assim como nas atividades físicas, tenta, ao máximo, manter o equilíbrio. Dessa maneira, Leandro consegue manter uma vida ativa, saudável, sem exageros e que o beneficiam diariamente.

Riscos

A prática de exercício apenas no fim de semana pode trazer alguns riscos. Ademilson ressalta que essas pessoas não têm preparação física e cardíaca, comparado a uma que treina pelo menos três vezes por semana.

Ele exemplifica: se uma pessoa faz atividade na segunda, descansa na terça e volta ao treino na quarta, o tempo de descanso de um dia faz com que adquira um pré-condicionamento. Daí, se ela descansa na quinta e se exercita novamente na sexta, ela adquire um nível de preparação física ainda maior.

A pessoa que pratica esportes apenas no sábado ou domingo recupera a semana inteira, mas não consegue elevar o nível de condicionamento a um grau de exigência maior para atividade física e fortalecimento cardiorrespiratório. E, se não existe preparo e condicionamento, há grandes riscos de lesões sérias. “O nível de estresse também pode estar alto, e isso influencia diretamente nas chances de se machucar”, explica.

Os principais riscos são as fraturas por estresse, estiramento, rompimento ou torção do tendão e distensões musculares. Durante o tempo seco e frio de Brasília, pode acontecer, ainda, falta de ar e, em seguida, a incidência de sinusite. Indo um pouco mais além, pessoas com problemas cardíacos e cardiorrespiratórios precisam redobrar o cuidado. De acordo com o professor, uma corrida mais intensa sem o condicionamento necessário pode causar até infarto. “A falta de cuidado e consciência pode fazer com que essa pessoa fique inabilitada para futuras atividades físicas”, adverte.

Cuidados

Para evitar lesões, procure um profissional para auxiliar nos treinos. O professor de educação física vai saber recomendar qual é o melhor, de acordo com os seus objetivos. Pode ser musculação, pilates, hidroginástica ou treinamentos funcionais pelo menos três vezes na semana. Antes de decidir praticar atividades físicas, é importante estar com o checape médico em dia.

Ademilson aconselha também que é melhor apostar em treinos básicos, feitos de forma equilibrada ao longo da semana, do que descontar tudo o que não foi feito em apenas um ou dois dias. Outro ponto destacado pelo professor é o sono regular. Quando não dorme as horas necessárias, o rendimento fica comprometido ao longo do dia. Por isso, durma em horários certos, pois vai auxiliar no descanso físico e mental. “A dica que eu deixo é a seguinte: não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje.”

Alinhe a alimentação à prática de exercícios

Para a nutricionista Milena Hernandes, head de nutrição no aplicativo Posto7, de reeducação alimentar, mesmo que a pessoa não pratique exercícios regularmente é importante investir em uma boa alimentação.

A atividade física pode ser muito benéfica, melhorando a capacidade cardiovascular e o condicionamento, mas, para uma melhor resposta do organismo a essa atividade, deve-se manter o padrão alimentar saudável e a boa ingestão de água antes, durante e depois da atividade. “Para que o indivíduo tenha o máximo de energia para se exercitar e também tenha uma boa recuperação”, justifica.

A nutricionista recomenda evitar o consumo de embutidos, como presunto, peito de peru, salame e salsicha. As carnes vermelhas também devem estar presentes na alimentação com menos frequência, podendo ser substituídas por outras fontes de proteínas, como a carne de frango, o peixe ou o grupo das leguminosas, que inclui feijões, lentilha, grão-de-bico, ervilha e soja.

O álcool, presente com frequência nos fins de semana, deve ser evitado e consumido com moderação. Além de ser um componente mais calórico que proteínas e carboidratos, ele não tem a função de fornecer energia e é visto pelo nosso organismo como uma toxina. A prioridade do corpo, portanto, é sempre eliminá-lo, deixando de lado outras funções, como a oxidação de gordura e a construção da massa muscular. “Se me perguntarem qual bebida alcoólica é a melhor opção, responderei sempre que é a que você consome em menor quantidade, pois não existe nenhuma menos nociva ao organismo.”

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

 

Fonte: Correio Braziliense

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