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Correio Braziliense: “A quimioterapia não pode ser vilanizada”, afirma oncologista

No CB.Debate Câncer de Mama, evento promovido pelo Correio Braziliense para discutir métodos de prevenção e diagnóstico, o oncologista Cristiano Resende, médico do Grupo Oncoclínicas, destacou os avanços significativos no tratamento do câncer nos últimos anos. “Agora, contamos com imunoterapia, drogas combinadas com endocrinoterapia e inibidores específicos das células cancerígenas, que aumentam consideravelmente as chances de cura. A evolução na medicina também nos permite evitar tratamentos desnecessariamente tóxicos por meio de assinaturas genômicas, poupando pacientes da quimioterapia sem comprometer a eficácia do tratamento”, explicou.

Cristiano também enfatizou que, embora a quimioterapia seja um tratamento difícil, com efeitos colaterais desagradáveis, ela não deve ser evitada a todo custo. “Apesar de ser temida, a quimioterapia não pode ser vilanizada, pois é crucial em alguns casos para aumentar as chances de cura”. Ele lembrou que existem estratégias preventivas e intervenções farmacológicas e não farmacológicas para amenizar os efeitos colaterais.

Após o tratamento, o acompanhamento contínuo é fundamental, especialmente no que se refere ao estilo de vida da paciente. Fatores como obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo de álcool estão diretamente relacionados ao risco de recidiva. “Alterações nesses hábitos são essenciais para melhorar a qualidade e a expectativa de vida”, ressaltou o médico. A prática de atividades físicas também foi apontada como um elemento-chave para prevenir a recorrência do câncer e combater os efeitos colaterais da quimioterapia. “Exercícios físicos reduzem em quase 40% o risco de retorno do câncer de mama, além de melhorarem a fadiga e a disposição das pacientes”, afirmou.

Outro aspecto discutido foi a importância da adesão ao tratamento, especialmente nas terapias prolongadas. Muitas pacientes abandonam o tratamento devido aos efeitos colaterais, o que aumenta significativamente o risco de recidiva. “O oncologista deve estar atento a esses desafios e oferecer um acompanhamento integral e personalizado com uma equipe multidisciplinar, para garantir que a paciente possa seguir o tratamento de forma eficaz e com menos sofrimento”, concluiu.

Segundo o médico, também é necessário realizar a mamografia na frequência adequada pois “detecções de lesões cancerígenas em estágios iniciais aumentam significativamente as chances de cura com menos necessidade de tratamentos invasivos e isso só é possível com a mamografia”, disse.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia esse exame como forma de rastreamento do câncer, é indicado para mulheres acima dos 40 anos, anualmente.

Fonte: Correio Braziliense

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