Condição autoimune pode atingir os olhos antes mesmo de alterações hormonais aparecerem. Especialista alerta para sintomas e importância do diagnóstico precoce.
Vermelhidão nos olhos, sensação de areia, lacrimejamento constante e pálpebras inchadas. Esses sintomas, muitas vezes confundidos com alergias ou cansaço, podem indicar uma condição mais séria: a Doença Ocular da Tireoide — também chamada orbitopatia de Graves ou oftalmopatia de Graves.
O que pouca gente sabe é que a doença não afeta apenas quem tem disfunções na glândula tireoide. “Em alguns casos, os sinais oculares aparecem antes mesmo de qualquer alteração hormonal ser detectada em exames laboratoriais”, alerta a oftalmologista Dra. Stefânia Diniz.
Trata-se de uma doença autoimune que provoca inflamação nos músculos e tecidos ao redor dos olhos, podendo causar desde desconforto estético até comprometimento visual severo. Os principais sintomas incluem olhos mais saltados (exoftalmia), retração palpebral, visão borrada ou dupla (diplopia) e intolerância à luz.
“O paciente chega ao consultório relatando que os olhos parecem maiores ou mais abertos do que o normal, que tem dificuldade de fechar as pálpebras por completo ao dormir ou que vê tudo duplicado ao olhar para os lados. Esses são sinais clássicos da doença”, explica a especialista.
Além da relação com o hipertireoidismo (especialmente na Doença de Graves), outros fatores de risco são o tabagismo, predisposição genética e resposta autoimune exacerbada. “Fumar piora significativamente a evolução da orbitopatia, por isso uma das primeiras recomendações ao paciente é abandonar o cigarro”, reforça Dra. Stefânia.
O tratamento deve ser feito de forma integrada entre endocrinologistas e oftalmologistas, podendo envolver desde controle hormonal, uso de medicamentos anti-inflamatórios e imunossupressores, até cirurgias corretivas. “Quanto mais cedo a doença for identificada, melhores as chances de evitar danos permanentes à visão”, orienta.
Apesar de não ter cura definitiva, a Doença Ocular da Tireoide pode ser controlada. “Hoje temos muitos recursos para garantir conforto visual, segurança e melhora estética ao paciente. O importante é não negligenciar os sinais que os olhos dão — eles podem ser o primeiro alerta de algo mais profundo acontecendo no organismo”, conclui a oftalmologista.
Fonte: Comunidade Vip