A seca prolongada no Distrito Federal, agravada por queimadas e altas temperaturas, tem gerado um aumento nos casos de sangramento nasal, conhecido como epistaxe. Esse problema, que ocorre devido ao ressecamento da mucosa nasal, é um dos principais sintomas relatados durante o período de estiagem, que afeta principalmente aqueles com doenças respiratórias preexistentes.
A otorrinolaringologista Marcela Suman explica que a baixa umidade do ar, combinada com a poeira e a fumaça suspensas na atmosfera, cria um ambiente propício para o ressecamento das vias respiratórias, resultando no aumento dos sangramentos. “O nariz desempenha funções importantes de filtrar, aquecer e umidificar o ar. Durante a seca, essas funções são comprometidas, o que agrava a obstrução nasal e o ressecamento da mucosa, levando a casos frequentes de epistaxe”, detalha.
Suman alerta que, além do desconforto causado pela obstrução nasal, o ressecamento prolongado pode afetar a qualidade de vida. “Pacientes com desvio de septo ou rinite alérgica estão mais propensos a desenvolver sangramentos, já que a mucosa nasal fica ainda mais vulnerável.”
Prevenção e cuidados
A especialista recomenda medidas preventivas simples para minimizar o risco de sangramentos nasais durante o período seco. “Hidratar as vias respiratórias com soro fisiológico é fundamental. Esse cuidado ajuda a manter a mucosa nasal úmida, prevenindo o ressecamento excessivo. Outra dica é evitar ambientes com ar-condicionado sem umidificação e usar umidificadores de ar em casa.”
Além disso, Marcela reforça a importância da ingestão adequada de água. “A hidratação interna é essencial para que as mucosas não ressequem. Também é importante evitar o uso de ventiladores que levantem poeira e sempre optar pela limpeza do ambiente com panos úmidos, em vez de vassouras, que espalham partículas”, aconselha.
A farmacêutica Flávia Ribeiro, da Quality, recomenda ainda o uso de produtos específicos para aliviar o desconforto nasal. “O soro nasal em gel pode proporcionar uma hidratação prolongada, formando uma camada protetora que ajuda a evitar o ressecamento e, consequentemente, os sangramentos.” Flávia também sugere o uso de hidratantes corporais, principalmente à base de ácido hialurônico e glicerina, para proteger a pele do ressecamento típico dessa época.
Atenção redobrada para os sinais
O aumento dos casos de sangramento nasal é um reflexo direto das condições climáticas extremas. Embora não seja geralmente uma condição grave, a epistaxe pode ser um sintoma de que o corpo está sofrendo com os efeitos da seca. “O sangramento nasal frequente deve ser avaliado por um especialista para garantir que não haja outras condições subjacentes. Durante a seca, a prevenção e os cuidados constantes com a saúde nasal podem fazer a diferença no bem-estar”, conclui Marcela Suman.