O câncer de testículo é raro e responde por cerca de 5% do total de casos de câncer entre os homens. Diferentemente do que ocorre com outros tumores, como os de próstata, o câncer de testículo é mais comum na população jovem, entre 15 e 40 anos de idade, o que representa a faixa etária mais produtiva dessa população. De acordo com o oncologista da Oncoclínicas Brasília, Daniel Vargas, a taxa de cura é muito próxima a 100%. “Se detectado em estágios precoces, e mesmo no cenário mais avançado, uma parcela considerável dos pacientes ainda podem ser curados, diferentemente do que ocorre em outros cânceres”, afirma.
Sintomas e sinais do câncer de testículo
O sinal mais comum do câncer de testículo é o aparecimento de um nódulo endurecido no testículo que às vezes provoca dor, mas na maioria dos casos, não. Outros sintomas que devem despertar a atenção são:
• Aumento ou diminuição no tamanho dos testículos;
• Endurecimentos;
• Dor imprecisa e persistente na parte baixa do abdome;
• Dor imprecisa e persistente na região das costas.
Diagnóstico
Ainda segundo o oncologista, a primeira fase da investigação diagnóstica ocorre pelo exame clínico, verificando se há nódulos palpáveis no testículo ou outras alterações que sugiram câncer. Na sequência, um dos exames para confirmação diagnóstica é a ultrassonografia da bolsa escrotal, que pode identificar lesões e caracterizá-las. “Também é importante a realização de exames laboratoriais que são chamados de marcadores tumorais. Confirmada a suspeita diagnóstica, o diagnóstico definitivo apenas é realizado, na maioria dos casos, após a cirurgia de retirada do testículo afetado que é enviado para biópsia, e a definição de algum tratamento complementar é decidida apenas após a realização de tomografia computadorizada do tórax, abdome e pelve”, explica o médico.
Tratamento
O tratamento dos tumores de testículo se baseia no estágio dos tumores (estadiamento), no subtipo de células malignas presente (tipo histológico) e classificação de risco apresentada. Cada paciente receberá um tratamento individualizado baseado nestes fatores, o qual podem envolver as seguintes alternativas:
1- Orquiectomia radical: Procedimento cirúrgico de remoção do testítulo acometido, que, mesmo isoladamente, pode curar a maioria dos pacientes com doença inicial.
2- Linfadenectomia retroperitoneal: Ressecção cirúrgica de eventuais tumores disseminados na região do interior do abdome, que pode ser empregada em casos selecionados.
3- Quimioterapia
4- Radioterapia.
Prevenção
O oncologista da Oncoclínicas Brasília ressalta que o mais importante é a realização do autoexame para a detecção precoce da neoplasia, o que eleva muito as chances de cura. “ Uma das recomendações é que o autoexame seja feito uma vez por mês, após um banho quente, principalmente em pacientes com história pessoal de tumor testículo tratado (sendo o exame realizado no testículo contralateral) ou em pacientes com história familiar de câncer de testículo. A temperatura da água relaxa o escroto e facilita a verificação de qualquer mudança de tamanho, sensibilidade ou anormalidade”, finaliza Daniel Vargas.
Como fazer o autoexame?
• De pé, em frente ao espelho, verifique a existência de alterações em alto
relevo na pele do escroto
• Examine cada testículo com as duas mãos
• Posicione o testículo entre os dedos indicador, médio e o polegar
• Revolva o testículo entre os dedos – você não deve sentir dor ao realizar o exame
• Não se assuste se um dos testículos parecer ligeiramente maior que o outro, isto é normal
• Ache o epidídimo – canal localizado atrás do testículo, que se assemelha à textura de um novelo, que coleta e carrega o esperma
• Os tumores malignos são, em geral, facilmente palpáveis e detectados com essa análise manual.
Fonte: Jornal Alô Brasília