O início da primavera trouxe esperança de chuva para os brasilienses, quando choveu em diversas regiões do Distrito Federal no final de setembro e início de outubro. No entanto, logo cessou. E agora, o Correio da Manhã apurou que mais chuvas só devem ocorrer no final de outubro. Até lá: possíveis pancadas isoladas, umidade baixa, com previsão de mínimas na casa dos 20% e temperaturas elevadas, passando dos 30º.
Apesar do desconforto entre os moradores, a meteorologista Andrea Ramos afirma que as condições atuais não são atípicas. Ela destaca, ainda, que a situação é mais favorável do que no ano passado, quando a capital enfrentou uma das maiores estiagens da história.
“Até choveu em agosto. No ano passado, tivemos a influência do El Niño, e este ano estamos na neutralidade, que faz com que prevaleçam as reais características da estação. Ainda, há cristas vindo do Nordeste, o que proporciona ainda mais essa massa de ar seco. A primavera é um período de transição do inverno para o verão, que é quando chove realmente. Neste início, tem-se mais características do inverno, que é seco. Mas, no final de outubro e início de novembro, terão chuvas mais intensas. É quando começa a formação de Zacas, que é a zona de convergência do Atlântico Sul, proporcionando aquelas chuvas constantes que variam entre três e quatro dias”, explica.
Riscos
Ao Correio da Manhã, a oftalmologista Stefânia Diniz alerta que, com Brasília seca, os olhos ficam em risco.
“Com a umidade ainda em níveis inferiores do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (de 60%) a incidência de síndrome do olho seco e blefarite aumenta. O problema é mais sério do que parece. O número de pacientes com queixas de ardência, vermelhidão e sensação de areia nos olhos aumenta em até 25%. Em condições normais, uma fina película de lágrimas cobre e protege a superfície dos olhos. No entanto, quando o ar está seco demais, essa película evapora rapidamente”, explica.
Para tentar reverter os danos causados pelo tempo seco, a médica recomenda adotar hábitos simples no dia a dia. Piscar com mais frequência, especialmente ao usar telas, evitar ambientes com ar-condicionado forte, usar umidificadores ou recipientes com água nos cômodos e também a aplicação de colírios lubrificantes sem conservantes, sempre com orientação médica, para aliviar os sintomas. A higienização diária das pálpebras com produtos específicos completa os cuidados recomendados.